VEREADORES REJEITAM PROJETO QUE INSTITUÍA DIA MUNICIPAL EM MEMÓRIA ÀS VÍTIMAS DA COVID-19

  • O referido projeto, de origem Legislativa, de autoria do vereador Diogo Wolf, da Bancada do PT, obteve 6 votos contrários

    Assunto: Administração  |   Publicado em: 05/11/2021 às 08:12   |   Imprimir

Na 30ª Sessão Ordinária do 66º ano Legislativo, da 17ª Legislatura da Câmara Municipal de Vereadores de Três de Maio, realizada na noite de quarta-feira, 3 de novembro, na Sala de Sessões, os vereadores presentes rejeitaram o projeto de Lei nº 008/2021 que entrou em discussão e votação na Ordem do Dia.

O referido projeto, de origem Legislativa, de autoria do vereador Diogo Wolf, da Bancada do PT, tinha como proposta “instituir o Dia Municipal em Memória às vítimas da Covid-19”, obteve 6 votos contrários e três favoráveis.

Votaram contrários, os vereadores da bancada Progressista, Jonatan Jahn, Delmar Mebius, Gilceia Losekann e Gerson Rodrigues; da bancada do PTB, João Mella Neto; e da bancada do PDT, Eliane Fischer. Favoráveis os três vereadores da bancada do PT, Alexandre Ott, Diogo Wolf e Ernani Weimer.

O vereador Paulo Pereira, da bancada do MDB, não esteve presente na Sessão visto que, realizada em dia diferente em virtude do feriado, ele já havia assumido compromisso profissional anteriormente.

Durante o período do Pequeno Expediente, os líderes das bancadas se manifestaram com relação à matéria do dia. O autor da proposta, vereador Diogo, líder da bancada do PT, destacou que o projeto apresentado visa lembrar com carinho as pessoas que morreram, as que venceram a doença, os profissionais de saúde, o Sistema Único de Saúde e a chegada das vacinas. E que criou o projeto seguindo o exemplo de outros municípios do país que já instituíram o Dia Municipal em memória às vítimas do Covid.

Já o líder da bancada do PTB, vereador João Mella Neto, se manifestou dizendo que não votaria favorável ao projeto. Ele recordou que na sua infância perdeu dois irmãos pela meningite, e comparou que mais vidas foram perdidas pela meningite em Três de Maio que por Covid. “Só pra dar um exemplo, eu não gostaria de ter um dia para lembrar da meningite e lembrar dos meus irmãos que morreram. Já temos o dia 2 de novembro, Finados, para lembrar dos entes queridos que se foram. Também temos agora o Memorial Saúde, para lembrar das vítimas”, disse.

A mesma opinião foi dada pela líder da bancada do PDT, vereadora Eliane Fischer. “Falo hoje aqui como vítima e como mãe, que perdi um filho vítima da Covid-19. A dor da perda nos acompanha durante toda a vida. Ela ameniza, mas nós jamais vamos esquecer dos entes queridos. Então, eu, nessa noite venho colocar minha posição contrária ao projeto porque penso que todo ato, todo movimento que fizemos sempre revive a situação pela qual passamos”, declarou.

Segundo Eliane, a dor ainda é maior porque as pessoas que morreram pela doença, os familiares não tiveram nem sequer condições de fazer uma despedida digna para essas pessoas. “Não tivemos condições de dar um último adeus, então, as lembranças, as recordações dos entes queridos vão ficar para sempre conosco. Penso que não precisamos de um dia específico. Aqui também manifesto a opinião de outras pessoas e outras famílias que perderam seus entes queridos e entendem que não há necessidade que seja estipulado um dia municipal para lembrar das vítimas”.

Para ela, a criação do Memorial Saúde pelo Poder Executivo é o espaço onde já estão representadas as 45 vítimas de Covid. “E também não acho justo com as outras famílias que perderam seus entes queridos por outras doenças, porque nesses 19 meses de pandemia, não houve mortes somente pela Covid, mas houve outras mortes por outras doenças, como câncer, infarto e tantas outras doenças que levaram as pessoas à óbito”.

Por sua vez, o líder da bancada governista, vereador Jonatan Jahn, ressaltou a importância de respeitar a dor dessas famílias que passaram por esses momentos tão difíceis. “Não podemos ultrapassar o direito do outro; o meu direito termina quando começa o direito do outro e esse projeto fere a família. Porque cada família já tem a sua data. Não é fazendo uma lei que vai amenizar essa dor. A dor é de todos os dias. Por isso que eu e a bancada somos contra em respeito às famílias do nosso município”, pronunciou.